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Aula 9 (23.04) – Vozes da floresta fora da floresta: André Vallias, Sergio Medeiros, Josely Vianna Baptista.

É preciso deter-se sobre o fenômeno da voz: a oralidade e as culturas ágrafas valorizam a variação a qual é fundamental para a sobrevivência dos mitos. Nesta aula estudaremos versões de “A queda do céu” na perspectiva guarani, apresentadas e traduzidas por Josely Vianna Baptista, o poema “Totem”, de André Vallias, e o poema dramático de Sérgio Medeiros em O fim de tarde de uma alma com fome.

Leituras para preparar: seleção de trechos (Olat) de: Baptista, Josely Vianna (2011). Roça barroca. São Paulo. Cosac Naify e Medeiros, Sergio (2015) : O fim de tarde de uma alma com fome. Variações sobre um ou dois temas indígenas. São Paulo, Iluminuras.


Referências da aula:

Baptista, Josely Vianna (2011). Roça barroca. São Paulo. Cosac Naify.

Castres, Hélène (2003). « Como vivem os mitos. Reflexões sobre a mitologia guarani ». Baptista, Josely Vianna ; Faria Francisco (Org.). Musa Paradisíaca, Florianópolis, Mirabilia, p. 642-648.

Lienhard, Martin (2003). La voz y su huella: escritura y conflicto étnico-social en América Latina, 1492 – 1988. México, Ediciones Casa Juan Pablos.

Medeiros, Sergio (2015) : O fim de tarde de uma alma com fome. Variações sobre um ou dois temas indígenas. São Paulo, Iluminuras.

——— (2009) : Tótem & sacrificio (poemas o prosas). Asunción: Jakembó Editores.

——— (2002): Makunaíma e Jurupari: cosmogonias ameríndias. São Paulo: Perspectiva.

Vallias, André (2014). Totem. Meiembipe: Cultura e Barbárie, 2014.

Aula 10 (30.04) – Uma ciência nova: alianças de e com pensadores indígenas e práticas do mundo contemporâneo.

A aliança entre saberes institucionais e não-institucionais (conhecidos também por “saberes populares”). Novas mediações com o mundo para a redefinição de categorias até então fixas, “natureza” e “cultura”. Hipóteses sobre discursos para além da natureza e cultura (Philippe Descola) e pensadores indígenas tais como Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Biraci Yawanawá, Eliane Potiguara, etc.

Leituras para preparar: Cohn, Sergio / Kadiwel, Idjahure (2019): Tembetá: conversas com pensadores indígenas, Rio de Janeiro: Azougue e Descola, Philippe (2015) : « Além da natureza e cultura ». Trad. Bruno Ribeiro. Tessituras. Revista de Antropologia e Arqueologia. V. 3, N. 1. Pelotas.


Referências da aula:

Cohn, Sergio / Kadiwel, Idjahure (2019): Tembetá: conversas com pensadores indígenas, Rio de Janeiro: Azougue.

Descola, Philippe (2015) : « Além da natureza e cultura ». Trad. Bruno Ribeiro. Tessituras. Revista de Antropologia e Arqueologia. V. 3, N. 1. Pelotas.

—(2010): Diversité des natures, diversité des cultures. Paris, Bayard.

— (2005): Par-delà nature et culture. Paris, Folio.

Aula 11 (07.05) – A Amazônia das mil e uma noites e do trânsito dos imaginários.

A Amazônia das mil e uma noites: Milton Hatoum e o Relato de um certo oriente (1989).

“O ouro e o outro” (Bruce Albert), o ouro é o outro. O sonho do ouro e a reprodução da vida miserável. O trânsito dos imaginários (Carvajal & Calvino), Simone de Souza Lima.

 

Leituras para preparar: excertos de romances de Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Clovis Wey (seleção no Olat).


Referências da aula:

Albert, Bruce (1993) : « L’Or cannibale et la chute du ciel Une critique chamanique de l’économie politique de la nature (Yanomami, Brésil) ». In: L’Homme, 1993, tome 33 n°126-128. La remontée de l’Amazone. pp. 349-378.

Hatoum, Milton (1989): Relato de um certo oriente, São Paulo: Companhia das Letras.

Lima, Simone de Souza (2014): Amazônia babel: línguas, ficção, margens, nomadismos e resíduos utópicos, 1ª ed., Rio de Janeiro: Letra Capital.

Albert, Bruce / Kopenawa, Davi (2010): La chute du ciel: Paroles d’un chaman yanomami, Paris: Librairie Plon.

— (2015): A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami, trad. Beatriz Perrone-Moisés, 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras.

 

Aula 12 (14.05) – A queda do céu: literatura e mito III

A paixão pela mercadoria (Albert, Kopenawa). Objetos com e sem espírito. A vida dos objetos e das coisas nas quais o pensamento não pode ser fixado neles.

 

Leituras para preparar: Albert, Bruce / Kopenawa, Davi (2015): « A fumaça do metal ». A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami, trad. Beatriz Perrone-Moisés, 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, pp. 221-372.


Referências da aula:

Albert, Bruce / Kopenawa, Davi (2010): La chute du ciel: Paroles d’un chaman yanomami, Paris: Librairie Plon.

— (2015): A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami, trad. Beatriz Perrone-Moisés, 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras.

Bourcier, Nicolas ; Kopenawa, Davi (2020). « Os brancos estão destruindo a Amazônia porque não sabem sonhar ». Trad. André Lager. Unisinos, Fev. 2020. Publicado originalmente no jornal Le Monde. Disponível em :

Aula 13 (28.05) – A palavra e a cura: contar e escrever para que o céu não caia.

Além da natureza, além da cultura: políticas de multiplicidade. A ecologia do mesmo e a ecologia dos outros. Retorno ao canto e a força do conto: palavra que curam. A pergunta retorna: Já fomos modernos? Amazônia e a imaginação reencontrada.

 

Leituras para preparar: Latour, Bruno (1994). “1. Crise”, “5. Redistribuição”. Jamais fomos modernos. Trad. Carlos Irineu Silva. Col. Trans. São Paulo, Ed. 34, pp. 7-17; pp. 129-143.


Referências da aula:

Albert, Bruce / Kopenawa, Davi (2010): La chute du ciel: Paroles d’un chaman yanomami, Paris: Librairie Plon.

— (2015): A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami, trad. Beatriz Perrone-Moisés, 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras.

Latour, Bruno (1994). Jamais fomos modernos. Trad. Carlos Irineu Silva. Col. Trans. São Paulo, Ed. 34.

Krenak, Ailton (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo, Companhia das Letras, 2019.

— (2015). Org. Cohn, Sergio. Encontros. Rio de Janeiro, Azougue, 2015.